sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sobre o Projeto



O projeto Passe Isso Adiante é uma iniciativa que visa prestar assistência e apoio emocional às pessoas portadoras de diferentes patologias psiquiátricas.
Realiza também ações pontuais de prevenção do suicídio e automutilação.O atendimento é voluntário e gratuito, sendo feito via internet.
A função do Blog é prestar maiores esclarecimentos e orientações aos portadores, amigos e familiares. Aqui compartilho algumas informações sobre patologias psiquiátricas com maior prevalência na população (ainda existe muito mais a ser abordado).Aconselho-te a, antes de enviar a sua pergunta, ler todo o post. 
Lembre-se que este instrumento não corresponde à uma consulta. Você deve procurar um psicólogo ou psiquiatra para receber o devido diagnóstico. 
Infelizmente no momento não conto com assessoria jurídica. Portanto, informações sobre leis, aposentadorias, auxílio doença, entre outros, não poderão ser prestadas. 
Entretanto, se você é advogado ou mesmo estudante de direito, e quiser nos auxiliar neste projeto, envie-nos uma mensagem!Em seus seis anos, o Passe Isso Adiante atendeu um gigantesco número de pessoas. Auxiliou pessoas, gerou "filhotes"... Não existem palavras para expressar a magnitude de um projeto tão pequeno. 
Entretanto hoje estou solitária no "tocar" dessa assistência, o que a torna bem mais limitada. O que é uma pena, mas não me desanima. 
Espero poder continuar auxiliando cada um que até mim vier, entretanto, confesso que minhas limitações humanas não me permitem ir tão longe. 
De qualquer forma espero que neste espaço vocês continuem encontrando apoio e informações necessárias. 
Entendo as limitações do Sistema Único de Saúde, em especial no que tange a saúde mental, mas aconselho-os a sempre procurar a ajuda de um especialista, não se auto-medicar ou se auto-diagnosticar. 
Por fim, desejo luz e paz na vida de cada um de vocês, e se você hoje recebeu o bem, assim que possível, PASSE ISSO ADIANTE! 
Mantenha viva essa grande corrente do bem. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Instituto de Psiquiatria da USP busca voluntários para pesquisa

Instituto de Psiquiatria da USP (IPq) busca voluntários para pesquisas.
São 200 vagas para voluntários que apresentem quadro de depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Os candidatos devem ter entre 18 e 65 anos de idade.
 O atendimento é gratuito e os interessados podem entrar em contato pelo e-mail pesquisa.depressao@gmail.com



terça-feira, 23 de setembro de 2014

IPq (Instituto de Psiquiatria da USP) realiza o evento gratuito e aberto à população - IPq Portas Abertas.

No dia 26 de setembro, especialistas do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) estarão à disposição da população durante todo o dia, para orientar e informar sobre os transtornos neuropsiquiátricos, abordando mais de uma centena de temas diferentes, no evento IPq Portas Abertas.
A ideia é combater o estigma e preconceito que ainda cercam as doenças mentais e o doente psiquiátrico, esclarecendo e levando informações atuais e seguras sobre depressão, transtorno bipolar, ansiedade, pânico, fobias, TOC, TDAH, esquizofrenia, suicídio, dependências tecnológicas (internet, celular, videogame), amor e ciúme patológicos, automutilação, dependência química (álcool, tabaco e outras drogas), transtorno explosivo intermitente (pavio curto), psicoses, anorexia, bulimia, compulsão alimentar, compulsão por compras, autismo, distimia (mal humor crônico), transexualismo, transtornos do sono, saúde emocional da mulher, transtornos dismórficos (feiura imaginária) e muitos outros.
O evento é gratuito e aberto ao público em geral. Esta iniciativa, em seu terceiro ano, acontecerá em todo o prédio do hospital, ocupando salas, consultórios e anfiteatros, com cerca de 3 mil pessoas participando das atividades.
O IPq fica na Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, nº 785, Cerqueira Cesar, São Paulo.
Mais informações: (11) 26617801

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Liga - Quebrando Paradigmas Psiquiatricos & Transtornos Psicológicos

Vídeos do programa "A Liga" da Band, que abordam o tema.
Vale a reflexão da Terapêuta Ocupacional Michele Jimenez do Hospital Psiquiátrico Francisca Júlia em São José dos Campos :


"O bom é saber que existem caminhos para isso ser diferente, e quais caminhos a gente vai trilhar para superar toda essa dificuldade. O limite da razão e da "loucura" pode ser um fio."



    "Aqui deitado nessa cama, eu fico olhando para o teto e pensando: "O que será que é a loucura?" Por mais que a gente perceba as patologias, as repetições de padrão e tudo mais, eu desconfio que a loucura maior está ai fora, porque aqui a gente encontra o que não se encontra lá fora, que é o carinho, o afeto, a preocupação que se tem com as pessoas..."

    (Lobão - Quebrando Paradigmas Psiquiátricos)


    A Liga - Quebrando Paradigmas Psiquiátricos 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                    



                                                                                                A Liga  - Transtornos Psicológicos  

                                       
     


    domingo, 14 de agosto de 2011

    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANÓICA E TRANSTORNO ESQUIZOTÍPICO



    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANÓICA (CID F60)

    Os portadores do transtorno de personalidade paranóica caracterizam-se por suspeitas constantes e desconfiança quanto às pessoas em geral.

    Elas recusam-se a aceitar que tem este problema, atribuindo esta responsabilidade aos outros.
    São geralmente hostis, irritáveis e coléricos.

    Trata-se da figura clássica do fanático, do colecionadorde injustiças, do cônjuge com ciúme patológico, etc.
    O Transtorno da Personalidade Paranóide pode manifestar-se pela primeira vez na infância e adolescência, por uma tendência a ficar solitário, fracos relacionamentos com os seus pares, ansiedade social, baixo rendimento escolar, suscetibilidade excessiva, pensamentos e linguagem peculiares e fantasias idiossincráticas. Estas crianças podem parecer "esquisitas" ou "excêntricas".
    Alguns comportamentos influenciados pelo contexto sócio-cultural ou circunstâncias de vida específicas podem ser erroneamente rotulados como paranóides e até mesmo ser reforçados pelo processo de avaliação clínica. Os membros de grupos minoritários, imigrantes, refugiados políticos e económicos ou indivíduos de diferentes bagagens étnicas podem apresentar comportamentos reservados ou defensivos, devido à falta de familiaridade (por ex., barreiras linguísticas ou falta de conhecimento de regras e regulamentos) ou em resposta a uma negligência ou indiferença percebida da parte da sociedade maioritária. Esses comportamentos, por sua vez, podem gerar raiva e frustração nas pessoas que lidam com esses indivíduos, desta forma estabelecendo-se um círculo vicioso de desconfiança mútua, que não deve ser confundido com Transtorno da Personalidade Paranóide.

    INCIDÊNCIA NA POPULAÇÃO:

    A prevalência do transtorno de personalidade paranóide é de 0,5 a 2,5 %, 10-30% em contextos de internação psiquiátrica e 2-10% em ambulatórios de saúde mental.
    Os indivíduos com este transtorno raramente buscam ajuda, e quando um cônjuge, familiar ou empregador os encaminham, eles podem, frequentemente controlar-se para não se mostrarem perturbados.
    Este transtorno é mais comum em homens do que em mulheres, e não foi notado um padrão familiar (ou seja, aparentemente, não envolve fatores genéticos).
    Acreditava-se no passado que a incidência era maior entre homossexuais, mas esta hipótese foi derrubada,contudo, acredita-se que seja mais comum em grupos de minoria, imigrantes e surdos, se comprado à população em geral.
    Existem algumas evidências de maior prevalência do Transtorno da Personalidade Paranóide em famílias onde existam casos de Esquizofrenia crônica e de um relacionamento familial mais específico com o Transtorno Delirante, Tipo Persecutório.

    DIAGNÓSTICO:

    Durante a consulta, os portadores do Transtorno de Personalidade Paranóide podem mostrar-se muito formais, e até surpresos por terem sido encaminhados a procurar auxilio psiquiátrico.
    Eles geralmente apresentam tensão muscular, incapacidade em relaxar,e a constante necessidade de observar atentamente o ambiente à procura de indícios.
    Não apresentam senso de humor, sendo bastante sérios.

    CARACTERISTICAS 

    A característica essencial deste transtorno é uma tendência global e inadequada em interpretar as ações alheias como humilhantes e/ou ameaçadoras. Na maioria das vezes os portadores esperam ser explorados ou prejudicados pelos outros, e frequentemente questionam, sem qualquer justificativa, a lealdade ou confiabilidade de amigos e colegas.
    Os indivíduos com este transtorno relutam em ter confiança ou intimidade com outras pessoas, pelo medo de que as informações que compartilham sejam usadas contra eles . Eles podem recusar-se a responder a perguntas pessoais, afirmando que as informações "não são da conta de ninguém".
    Acham que sempre os outros irão usar de forma maliciosa o conhecimento sobre sua pessoa, percebendo-se ameaçado constantemente.
    Apresenta medo de conversar, pois acha que em todas as conversas tem significados (interesses) ocultos que irão lhe prejudicar ou usar para lhe humilhar.
    Os indivíduos com este transtorno guardam rancores persistentes e relutam em perdoar os insultos, ofensas ou deslizes dos quais pensam ter sido vítimas . Pequenos deslizes causam grande hostilidade, e os sentimentos hostis persistem por muito tempo.
    Geralmente são patológicamente ciumentos, questionando sem qualquer motivo aparente, a fidelidade de cônjugesou parceiros sexuais.Suas idéias são comumente defendidas de maneira lógica, sendo assim, eles podem coletar "evidências" triviais e circunstanciais para apoiarem suas crenças ciumentas. Desejam manter um completo controle de relacionamentos íntimos para evitar traições, podendo constantemente questionar o paradeiro, as ações, intenções e fidelidade do cônjuge ou parceiro.
    Externalizam suas próprias emoções e usam como defesa a projeção, isto é, eles atribuem aos outros impulsos e pensamentos que não conseguem aceitar em si próprios.
    São afetivamente restritos e parecem frios emocionalmente. Orgulham-se de serem racionais e objetivos, o que não é verdade.
    O portador deste transtorno de personalidade não possuem calor humano e se impressionam e prestam mais atenção a temas de poder e hierarquia, expressando desdém por pessoas vistas como fracas, doentias prejudicadas, ou de alguma forma defeituosas. Tais características tornam estes indivíduos preconceituosos.
    No trabalho ou em outras situações sociais, podem mostrar-se práticos e eficientes, mas  frequentemente geram medo ou conflito em outras pessoas.

    DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

    O que diferencia o portador da personalidade paranóica do portador dos transtornos delirantes é o fato de que seus delírios não são fixos.
    Se comparado ao portador de transtorno de personalidade borderline, nota-se que o borderline é capaz de ter relacionamentos envolventes, embora tumultuados, o que raramente ocorre com o portador da personalidade paranóica.
    Podem ser diferenciados dos portadores de personalidade esquizóide, pois estes são retraídos e alheios, sem ter as ideações paranóides.

    PROGNÓSTICO

    Em alguns indivíduos, a condição perdura por toda a vida, em outros, é um precursor da esquizofrenia; em outros, ainda, à medida que amadurecem ou que o stress diminui, os trações paranóides dão lugar a formação reativa, a uma preocupação mais apropriada à moralidade e a preocupações altruístas.
    Em geral, estes pacientes têm problemas permanentes no trabalho e no convívio humano com outras pessoas, sendo os problemas conjugais bastante comuns.

    TRATAMENTO

    O tratamento é feito por psicoterapia e farmacoterapia (medicamentos).
    Os pacientes paranóides não se saem bem em terapias de grupo, nem tendem a tolerar a invasão de terapias comportamentais.
    Certos temas, em especial acerca do sentimento profundo de dependência, preocupações sexuais e desejos de intimidade, devem ser abordadas com cautela, pois podem aumentar significativamente a falta de confiança do paciente.
    Às vezes, o comportamento dos pacientes com transtorno da personalidade paranóide torna-se tão ameaçador, que é importante controlá-lo ou limitá-lo.
    É necessário manejar de forma gentil e sem humilhá-los as acusações delirantes destas pessoas. Por exemplo, ao abordar a desconfiança de infidelidade sem qualquer motivo, e preciso fazê-lo de forma serena e lógica, evitando ridicularizá-lo com termos como "não seja ridículo" ou "isso é coisa da sua cabeça".
    O tratamento medicamentosos é útil para lidar com a agitação e ansiedade destes pacientes, sendo utilizados ansiolíticos e antipsicóticos em alguns casos.


    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANÓICA



    Cluster/Grupo A (transtornos excêntricos ou estranhos) Os indivíduos que estão neste grupo, costumam ser apelidados como esquisitos, isolados socialmente, frios emocionalmente, inexpressivos, distantes e muito desconfiados. Este grupo está mais propenso aos transtornos psicóticos.

    * Transtorno de personalidade paranóide - São pessoas desconfiadas em excesso, não conseguem confiar em outros, achando sempre que vão ser passados para trás ou que estão tramando e conspirando algo contra ele. São frios emocionalmente e podem se manter distantes das outras pessoas por conta da desconfiança. (Não confundir com esquizofrenia ou delírio.)



    TRANSTORNO ESQUIZOTIPICO (CID F21)


    O Transtorno de Personalidade Esquizotípica pode ser classificado como um modo suave de esquizofrenia.
    Este transtorno ocorre em 3% da população geral e é um pouco mais comum em homens.
    É caracterizado por formas incomuns de pensamento e de percepção, afeto frio ou inapropriado, anedonia (perda da sensação de prazer nos atos que costumam proporcioná-la), idéias paranóides (de perseguição, por exemplo) comportamento e pensamentos estranho ou excêntrico, tendência ao isolamento, períodos transitórios ocasionais quase psicóticos com ilusões intensas, alucinações auditivas, visuais ou outras, e idéias pseudodelirantes, ocorrendo em geral sem fator desencadeante exterior. Os portadores deste diagnóstico muitas vezes crêem ter habilidades extra-sensoriais ou que eventos não relacionados se relacionam a eles de alguma forma importante.
    Eles, algumas vezes, se empenham em comportamento excêntrico e têm dificuldades em se concentrar por longos períodos de tempo.
    Suas conversas geralmente são excessivamente elaboradas e difíceis de acompanhar.
    Segundo os critérios do CID.10, para o diagnóstico do transtorno esquizotipico, é necessário que o indivíduo tenha manifestado ao longo de um período de pelo menos dois anos, ao menos quatro dos seguintes, de modo contínuo ou repetido:
    1) Idéias de referência (excluindo delírios de referência);  
    2)Crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas da subcultura do indivíduo (por ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou "sexto sentido"; em crianças e adolescentes, fantasias e preocupações bizarras);  
    3)Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas; 4)Pensamento e discurso bizarros (por ex., vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou estereotipado);  
    5)Desconfiança ou ideação paranóide; 
    6)Afeto inadequado ou constrito;  
    7)Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico;  
    8)Não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau;  
    9)Ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade e tende a estar associada com temores paranóides, ao invés de julgamentos negativos acerca de si próprio.
    O transtorno de personalidade esquizotípica ocorre em 3% da população geral, sendo um pouco mais comum em homens.
    O Transtorno Esquizóide distingue-se do Esquizotípico pela ausência de distorções cognitivas ou perceptivas, como ilusões ou delírios.


    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICO
     
     


    Cluster/Grupo A (transtornos excêntricos ou estranhos) Os indivíduos que estão neste grupo, costumam ser apelidados como esquisitos, isolados socialmente, frios emocionalmente, inexpressivos, distantes e muito desconfiados. Este grupo está mais propenso aos transtornos psicóticos.

    * Transtorno de personalidade esquizotípica - Pessoas com as mesmas características ao esquizóide, contudo, estão próximas à esquizofrenia, desconfiados, podem acreditar que tem poderes especiais, são supersticiosos, com comportamento muito excêntrico. (Não confundir com esquizofrenia, embora sejam próximos.)



    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


    Transtorno de Personalidade Paranóide - Ciúme doentio - Desconfiança - Diagnóstico e Tratamento. in Psicologia na Net. Internet. São Paulo. Disponivel em http://www.psicologiananet.com.br/transtorno-de-personalidade-paranoide-%E2%80%93-ciume-doentio-desconfianca-diagnostico-e-tratamento/1261/ Acesso em agosto de 2011.

     

    Campos. S. Transtorno de Personalidade. in Medicina Avançada. Internet. São Paulo. Disponivel em http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/11449 . Acesso em agosto de 2011. 


    Kaplan, HI. Sadock, BJ. Grebb, JA. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatrica Clínica. 7ª ed. Artmed. São Paulo, 2005.


    Campos, S. Tipos de Esquizofrenia. in Medicina Avançada, internet, São Paulo. Disponível em http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/13255 , atualizado em 2004.


    Ballone, GJ.: Transtorno Delirante. in PsiqWeb, Internet, São Paulo. Disponível em: http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm_janela.php?cod=39 , atualizado em 2005.



    sexta-feira, 17 de junho de 2011

    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA - TPH (CID F60.4)









    Até que ponto, gostar de ser o centro das atenções é normal?
    A partir de quando esse desejo se torna patológico?









    "Transtorno da personalidade caracterizado por uma afetividade superficial e lábil, dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo, autocomplacência, falta de consideração para com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no objeto de atenção e tendência a se sentir facilmente ferido.”    (Fonte: Datasus)

    Até que ponto “gostar de o centro das atenções” deve ser considerado algo normal? E quando passa a ser um transtorno?
    Os transtornos de personalidade em geral afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo, o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio e/ou às pessoas com quem convivem.

    O QUE É O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA?

    Apesar de tratar-se de um transtorno de personalidade, o portador de TPH tem um comportamento bastante adequado, sendo que a pessoa pode apresentar manifestações diversas e até opostas, e por serem bem adaptadas, muitas vezes não são vistas como um transtorno, e sim como o “jeito de ser da pessoa”.
    É comum que a pessoa nem sinta tanto incômodo, ao contrário do que ocorre com outros transtornos de personalidade, mas pelo contrário, incomoda pessoas com quem convive, devido à sua forma peculiar de agir.
    Portadores de transtorno de Personalidade Histriônica têm a tendência de expressar suas emoções de uma forma exagerada e teatral (com emoções excessivamente altas e positivas), são sexualmente provocativos e apresentam um comportamento de busca por atenção, consideram as relações mais íntimas do que realmente são e esforçam-se para ser o centro das atenções.
    Ser exótico, extrovertido ou gostar de estar no centro das atenções pode ser uma caracteristica da pessoa. Mas o que e normal e o que é patológico?




    Esta forma teatral e exagerada faz com que muitas vezes supervalorizem seus feitos e/ou sentimentos, podendo muitas vezes mentir sobre certos fatos visando receber atenção. 
    Um comportamento extrovertido e até exótico, além de gostar de chamar a atenção, não é considerado um comportamento patológico, contudo, quando em exagero, pode ser um indicio de TPH.
    Este transtorno representa, em grande extensão, um caso extremo de extroversão. Extroversão envolve tendência de uma pessoa ser amigável e socialmente ousada, falante, afetuosa, festeira, ter muitos amigos, procurar ativamente contatos sociais, ser assertiva e dominante, enérgica, ativa, vigorosa, procurar estímulos fortes, envolver-se em riscos, ser otimista e divertida. Essas descrições de extroversão indicam o caso de uma pessoa claramente histriônica.
    São pessoas que buscam ativamente situações que permitam interações sociais, como festas, atividades em grupo, etc.
    Tendem a ser gregárias e esforçam-se para manter contato com as pessoas conhecidas. O'Connor e Dyce (2002) e Widiger et cols (2002) descreveram que pessoas com TPH apresentam esses comportamentos muito freqüentemente.
    Suas qualidades, contudo, perdem sua força à medida que esses indivíduos continuamente exigem ser o centro das atenções. Eles requisitam o papel de "dono da festa". Quando não são o centro das atenções, podem fazer algo dramático (por ex., inventar estórias, fazer uma cena) para chamar a atenção.
    Esta necessidade freqüentemente se manifesta em seu comportamento diante do clínico (por ex., adular, trazer presentes, oferecer descrições dramáticas de sintomas físicos e psicológicos que a cada consulta são substituídos por sintomas novos).

    E QUANDO NÃO SE É O CENTRO DAS ATENÇÕES?

    Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Histriônica sentem-se desconfortáveis ou desconsiderados quando não são o centro das atenções. 
    Freqüentemente animados e dramáticos, tendem a chamar a atenção sobre si mesmos e podem, de início, encantar as pessoas com seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de sedução.
    A expressão emocional pode ser superficial e apresentar rápidas mudanças. Os indivíduos com este transtorno usam consistentemente sua aparência física para chamar a atenção.
    Eles empenham-se excessivamente em impressionar os outros com sua aparência e despendem tempo, energia e dinheiro excessivos para se vestir e se arrumar. Eles podem "caçar elogios" pela sua aparência e se aborrecer com facilmente por algum comentário crítico acerca de como estão ou por uma fotografia na qual, em sua opinião, não saíram bem.
    Um sentimento de intitulação manifesta-se na expectativa irracional destes indivíduos de receber tratamento especial. Procuram supervalorizar seus feitos, para assim, receber atenção especial de todos.
    Esperam ser adulados e ficam desconcertados ou furiosos quando isto não ocorre. Podem, por exemplo, pensar que não precisam esperar na fila e que as suas prioridades são tão importantes que os outros lhes deveriam mostrar deferência, e ficam irritados quando os outros deixam de auxiliar no "seu trabalho muito importante".
    Este sentimento de intitulação, combinado com uma falta de sensibilidade para com os desejos e necessidades alheias, pode resultar na exploração consciente ou involuntária dos outros.

    Os indivíduos com este transtorno caracterizam-se por autodramatização, teatralidade e expressão emocional. Eles podem embaraçar amigos e conhecidos por uma excessiva exibição pública de emoções (por ex., abraçar conhecidos casuais com um ardor exagerado, soluçar incontrolavelmente em ocasiões sentimentais de pouca importância, ou ter ataques de fúria). 


    CONFUSOS E SUGESTIONÁVEIS
    Esses indivíduos têm um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes. Fortes convicções em geral são expressadas com talento dramático, porém com um embasamento vago e difuso, sem fatos e detalhes corroborantes. Por exemplo, um indivíduo com Transtorno da Personalidade Histriônica pode comentar que determinado indivíduo é uma pessoa maravilhosa, porém ser incapaz de oferecer quaisquer exemplos específicos de boas qualidades que confirmem sua opinião.
    Entretanto, suas emoções com freqüência dão a impressão de serem ligadas e desligadas com demasiada rapidez para serem profundamente sentidas, o que pode levar a acusações de que estão fingindo.

    Por terem emoções oscilantes e sensuais, podem ter vários relacionamentos e diferentes parceiros no decorrer da vida.
    Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Histriônica têm um alto grau de sugestionabilidade.
    Suas opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e por tendências do momento. Eles podem ser confiantes demais, especialmente em relação a fortes figuras de autoridade, a quem vêem como capazes de oferecer soluções mágicas para seus problemas. Eles apresentam uma tendência a curvar-se a intuições ou adotar convicções prontamente. 




    Os indivíduos com este transtorno muitas vezes consideram os relacionamentos mais íntimos do que são de fato, descrevendo praticamente qualquer pessoa recém conhecida como "meu querido, meu amigo" ou chamando um médico visto apenas uma ou duas vezes sob circunstâncias profissionais por seu primeiro nome. Devaneios românticos são comuns.
    Embora muitas vezes iniciem um trabalho ou projeto com grande entusiasmo, seu interesse pode desaparecer rapidamente. Os relacionamentos a longo prazo podem ser deixados de lado para dar lugar a relacionamentos novos e excitantes.
    O risco real de suicídio é desconhecido, mas a experiência clínica sugere que os indivíduos com o transtorno estão em maior risco para gestos ou ameaças de suicídio para chamar a atenção e coagir os outros a um maior envolvimento. O Transtorno da Personalidade Histriônica tem sido associado com taxas superiores de Transtorno de Somatização, Transtorno Conversivo e Transtorno Depressivo Maior.
    Existe, freqüentemente, a co-ocorrência de Transtornos da Personalidade Borderline, Narcisista, Anti-Social e Dependente.

    TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA 


    Transtorno de personalidade histriônica - São pessoas muito emotivas, hipersensíveis, carentes de afeto, exageradas, superficiais, emocionalmente instável, dramáticas, impacientes, infantis, muito preocupadas com a aparência física (vaidosos) e com notável tendência a exigir excessivamente atenção para si. Expressam suas emoções de forma exagerada, podendo ter rompantes de choro ou raiva por coisa mínima. São muito manipuladores, controlando pessoas e circunstâncias para conseguirem atenção. Fazem uso da manipulação emocional e sedutora, frequentemente vestindo-se de forma sensualmente provocante, encantando e seduzindo pessoas do sexo oposto. 
    Podem ser vistas como "camaleões sociais", pois estão constantemente mudando.


    Critérios Diagnósticos para F60.4 - 301.50 Transtorno da Personalidade Histriônica
    Um padrão invasivo de excessiva emocionalidade e busca de atenção, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios:
    (1) sente desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções
    (2) a interação com os outros freqüentemente se caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor
    (3) exibe mudança rápida e superficialidade na expressão das emoções
    (4) usa consistentemente a aparência física para chamar a atenção sobre si próprio
    (5) tem um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes
    (6) exibe autodramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada
    (7) é sugestionável, ou seja, é facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias
    (8) considera os relacionamentos mais íntimos do que realmente são.


    FONTES:

    NUNES, C.H.; HUTZ, C.S. Development and validation of an extraversion scale in the Big Five Personality model. PsicoUSF,  Itatiba,  v. 11,  n. 2, dez.  2006 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712006000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jun.  2011.

    Marot, R. Personalidade Patológica. In PsicoSite. Internet. São Paulo. Disponível em: http://www.psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm. Acesso em junho de 2011.

    Ballone. GJ. Transtorno de Personalidade Histriônica. In PsiqWeb. Internet. São Paulo. Disponível em: http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm_janela.php?cod=159. Acesso em junho de 2011.

    Campos. S. Personalidade Histriônica. In Medicina Avançada. Internet. São Paulo. Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/11454. Acesso em junho de 2011.