sexta-feira, 29 de abril de 2011

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE



O QUE É TRANSTORNO DE PERSONALIDADE?

O termo “personalidade” pode ser definido como a totalidade dos traços emocionais e comportamentais que caracterizam o individua na vida cotidiana, sob condições normais. Ela é relativamente estável e previsível.
Um transtorno da personalidade representa uma variação desses traços de caráter, que vai além daquilo que é considerado “normal”.

Somente quando estes traços da personalidade são inflexíveis e mal ajustados e causam ajustamento gravemente comprometido ou sofrimento, eles caracterizam transtorno de personalidade.
Eles apresentam comportamento estranho, excêntrico, mal ajustado e inflexível nos relacionamentos, e no modo como eles vêem o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social, e a cerca de si mesmos.
Essas características, no entanto apesar de necessárias não são suficientes para identificação dos transtornos de personalidade, pois são muito vagas. A maneira mais clara como a classificação deste problema vem sendo tratada é através da subdivisão em tipos de personalidade patológica. Ao nosso ver, esta forma é bastante adequada, pois se verifica na prática manifestações diversas e até opostas para o mesmo problema.


GENERALIDADES:


Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade. O traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros.
Um exemplo: lavar as mãos é um hábito, a higiene é um traço, pois implica em manter-se limpo regularmente escovando os dentes, tomando banho, trocando as roupas, etc.
Pode-se dizer que a higiene é um traço da personalidade de uma pessoa depois que os hábitos de limpeza se arraigaram. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade. O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido.
Por convenção, o diagnóstico só deve ser dado a adultos, ou no final da adolescência, pois a personalidade só está completa nessa época, na maioria das vezes. Os diagnósticos de distúrbios de conduta na adolescência e pré-adolescência são outros.

 
TIPOS DE TRANSTORNO DE PERSONALIDADE:


Transtorno de personalidade Borderline (CID F60.31)
Transtorno de personalidade Histriônica (CID F60.4)
Transtorno de personalidade Paranóica (CID F60.0)
Transtorno de personalidade Esquizotípica (CID F 21 )
Transtorno de personalidade Esquizóide (CID F60.1)
Transtorno de personalidade Dissocial (CID F60.2)
Transtorno de personalidade com instabilidade emocional (CID F60.3)
Transtorno de personalidade Anancrástica (CID F60.5)
Transtorno de personalidade Esquiva ou Ansiosa (CID F60.6)
Transtorno de personalidade Dependente (CID F60.7)
Outros transtornos especificos de personalidade (CID F60.8)
- excêntrica
- imatura
- narcísica
- passivo-agressiva
- psico-neurótica
- tipo haltlose
Transtorno não especificos de Personalidade (CID F60.9)
- Neurose de caráter SOE
- Personalidade patológica SOE

A descrição dos tipos de transtorno de personalidade será feito nos próximos posts.

FONTES:


Kaplan, HI. Sadock, BJ. Grebb, JA. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 7ª ed. Artmed. São Paulo, 2005.


Marot, R. Personalidade Patológica. Internet. In Psicosite. Disponível em: http://www.psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm
Acesso em abril de 2011.


MINISTÉRIO DA SAÚDE – Departamento de Informática do SUS – DATASUS. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Internet. Disponível em http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/webhelp/f60_f69.htm

Acesso em abril de 2011.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"UMA EM CADA 12 ADOLESCENTES SE MACHUCA DE PROPÓSITO, DIZ ESTUDO"

LONDRES (Reuters) - Um em cada 12 adolescentes, a maioria meninas, causa autolesões propositais, e certa de 10 % dos que fazem isso, mantém esse comportamento na vida adulta, segundo estudo divulgado recentemente.

Como a autolesão é um dos principais indicadores da propensão ao suicídio, os psiquiatras responsáveis pelo estudo disseram esperar que suas conclusões levem a atitudes mais ativas e prematuras para ajudar pessoas em risco.


George Patton, que comandou o estudo no Centro para a Saúde Adolescente, do Instituto Murdoch de Pesquisas Infantis, em Melbourne (Austrália), disse que as conclusões mostram uma "janela de vulnerabilidade" na fase intermediária da adolescência.


"A autolesão (CUTTING) representa uma forma de lidar com essas emoções (da adolescência)", disse ele a jornalistas.

No estudo publicado na revista Lancet, os pesquisadores disseram também que os jovens que se machucam frequentemente sofrem de patologias psiquiátricas que exigem tratamento.

A autolesão é um problema mundial de saúde, e especialmente comum entre meninas e moças de 15 a 24 anos. Especialistas suspeitam que a incidência do problema esteja aumentando.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, quase 1 milhão de pessoas se suicida por ano, o que representa uma mortalidade de 16 por 100 mil indivíduos, ou uma morte a cada 40 segundos. Nos últimos 45 anos, os índices mundiais de suicídio cresceram 60 por cento.

No estudo, Patton e Paul Moran, do Instituto de Psiquiatria do King's College, de Londres, acompanharam entre 1992 e 2008 uma amostra de jovens com idades em torno de 15 a 29 anos, no Estado australiano de Victoria. 

De 1.802 pessoas que responderam ao questionário quando adolescentes, 149, ou 8 por cento, relataram autolesões. Entre as meninas o índice subia a 10 por cento; entre rapazes, caía a 6.

Moran disse que os principais fatores para o problema parecem ser uma combinação de alterações hormonais durante a puberdade, mudanças cerebrais na metade da adolescência - com o desenvolvimento do córtex pré-frontal, associado ao planejamento, à expressão da personalidade e à moderação - e fatores ambientais, como a pressão dos colegas, dificuldades emocionais e tensões familiares.

Cortes e queimaduras eram as formas mais comuns de autolesões entre adolescentes, mas também apareceram casos de envenenamento, overdoses e pancadas.

Quando os participantes chegavam à idade adulta, no entanto, as taxas de autolesão caíam dramaticamente, e aos 29 anos menos de 1 por cento dos participantes relatavam fazer deliberadamente algo que lhes machucasse ou ameaçasse.


Por Kate Kelland





quarta-feira, 6 de abril de 2011

AUTOMUTILAÇÃO ou “CUTTING”

Por: Letícia Lacerda de Oliveira


O QUE É AUTOMUTILAÇÃO?


O termo cutting é uma palavra inglesa que significa "cortando".
A automutilação ou cutting, é um grave transtorno do impulso, que consiste no ato de ferir-se ou prejudicar a si mesmo propositalmente.
Neste transtorno, a pessoa pode bater-se, chicotear-se, cortar-se, queimar-se, puxar seu próprio cabelo, beliscar-se, tentar se estrangular, morder-se, apertar ou reabrir feridas (dermatotilexomania), arrancar os cabelos (tricotilomania), furar-se (com agulhas, arames, pregos, canetas, tesouras), ingerir agentes corrosivos ou alfinetes, ou ainda, tomar doses excessivas de medicamentos e drogas (overdose), ou àlcool, sem a intenção de cometer suicidio.
Tricotilomania
A auto-lesão entre indivíduos com distúrbios de desenvolvimento (por ex., autismo, retardamento, inteligência limítrofe) envolve, geralmente, ações relativamente simples, tais como bater a própria cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. É comum desenvolverem alotriofagia ou alotriogeusia que corresponde a um transtorno onde o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.
O portador deste transtorno não se dá conta que, neste ato, coloca seriamente em risco sua vida.
Tais ações podem ser sinal de que algo está errado...
Fica muito claro que estas pessoas precisam de ajuda, e não de criticas.


PORQUE A PESSOA SE AUTOMUTILA?


De maneira geral, a pessoa se automutila devido a uma incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos. O individuo que pratica automutilação não busca dor fisica. Ao contrário do que a maioria pensa, eles não são masoquistas, e nem tão pouco buscam apenas chamar a atenção (mesmo porque, a maioria tenta esconder as cicatrizes causadas por este ato).
Na verdade, o que a pessoa procura, é o alivio de sua angústia, de seu desespero e de sua dor... Eles vêem no cutting a saida mais rápida para este intenso sofrimento.


O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angustias nem chorar diante de outras pessoas. Há relatos de pessoas que com o passar do tempo sentem-se incapazes de chorar até mesmo quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significantemente.
Não possui amor próprio e usualmente define a sí mesmo como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupa-los do mal, que presumem ser, a sua presença. Com o tempo, se vêem executando sozinhos, atividades que costumava fazer em grupo.
Geralmente afirma automutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. A maioria alega se tratar "de uma espécie de troca, da dor física pela dor emocional", afirmam. Muitos praticantes da automutilação dizem que “é melhor sentir a dor fisica, do que a dor emocional”.
Além disso, vários automutiladores se ferem também como uma forma de punição, por se sentirem insuficientes e fracassados, "Um lixo humano", como eles próprio se definem. Dentre outras razões. Todos eles descrevem o desejo automutilador como algo incontrolável, como um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar.
Logo após uma crise, em que o automutilador fere o próprio corpo ou apresenta qualquer outro comportamento auto-agressivo, o sentimento seguinte é geralmente de alivio, satisfação, culpabilidade, entre outros. 
Muitas vezes o indivíduo chora muito após o ato, e a sensação de fracassso é extrema.
Possui extrema dificuldade em falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença.
Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir a praia ou a um clube, para que suas feridas e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema nem corram o risco de serem impedidos de praticá-lo.
Não possui qualquer expectativa com relação ao seu futuro ou à vida de maneira geral, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa.
Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-automutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. "Se alguém morresse do meu lado, eu não daria a mínima", afirmam. Essa sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-automutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento auto-agressivo e, com o tempo, o abandona completamente.
A automutilação é muitas vezes praticado por portadores de patologias psiquiátricas, em especial, os portadores de transtorno de personalidade Borderline, depressão, bipolaridade, anorexia, bulimia e esquizofrenia.
É imperativo que a família e amigos ajude a pessoa que se auto-mutila, começando pela reconstrução da sua auto-estima, restabelecendo os laços afetivos que muitas vezes, até por distracção, podem ter sido negligenciados e por isso mesmo ter proporcionado o isolamento e sentimento de abandono do adolescente. 
Atividades familiares de lazer, incentivar o jovem a participar em atividades lúdicas e esportivas que sejam do seu agrado e lhe permitam desenvolver os seus dons, mas sobretudo o acompanhamento médico e psicológico é fundamental para a cura, podendo frequentar uma terapia de grupo até com os pais / cônjuges.


COMO POSSO IDENTIFICAR SE ALGUÉM PASSA POR ESTE PROBLEMA?

É importante observar indícios de automutilação. Muitas vezes, temos dentro de nossa própria casa um ente que realiza “cutting”, porém, como esta não é uma atitude que se espera, geralmente os indícios passam desapercebidos.
As pessoas que se automutilam sentem vergonha e medo de revelar este comportamento. Isso faz com que eles tentem esconder, e procuram ferir-se solitariamente, em locais onde não podem ser observadas. Elas sabem que este comportamento não é bem aceito pelas pessoas.
Sendo assim, você poderá desconfiar que alguém apresenta automutilação quando essa pessoa:
a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo no verão, com altas temperaturas;
b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e tem dificuldade para explicá-las;
c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode ser exposto, como praia ou piscina;
Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar sintomas depressivos e de fobia social associados.

EXISTE TRATAMENTO?

Sim. O tratamento consiste em psicoterapia e medicações que se mostrem eficazes nos casos de automutilação.
Não existe uma medicação especifica para o tratamento deste transtorno, contudo, são utilizados medicamentos que aliviem os sintomas depressivos e ansiosos, que podem colaborar para a manutenção do comportamento. 
Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.
A melhor forma de auxiliar a pessoa que pratica a automutilação é encaminha-la a um especialista, observar o possível aparecimento de novas lesões, e estimula-la a falar sobre seus sentimentos e/ou problemas.
Contudo, a própria pessoa deve tentar se ajudar!
Como diria minha avó, "mente vazia é oficina do Diabo", portanto, é preciso estar atento a possiveis recaídas no decorrer do tratamento.
Isso não é algo tão simples como parece, afinal, o cutting torna-se o "crack ou a cocaína" da pessoa que o pratica.
Durante o tratamento, a pessoa precisa esquivar-se de pensamentos de dor, numa luta diária contra recaidas. É preciso atenção também, pois nem sempre uma recaida ocorre por algum motivo catastrófico, como a morte de um ente querido, por exemplo. Uma simples discussão com um namorado ou amigo pode desencadear uma dor e desespero tamanho, que leva a pessoa a se cortar desesperadamente!
É necessário disciplina, apoio e tratamento adequado. Viver um dia de cada vez, dar um pequeno passo a cada dia. Um dia sem se automutilar deve ser visto como uma grande vitória! E caso haja uma recaída, paciência!
Realmente é um processo de reabilitação (como no abuso de àlcool e drogas). Podem ocorrer
verdadeiras "crises de abstinência" e também recaídas, contudo, não significa que perdeu-se a guerra, mas sim, uma batalha.


ONDE POSSO PROCURAR AJUDA?

É importante buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
Seria mais indicado profissional com experiência no tratamento de pacientes com automutilação, pois estes pacientes apresentam algumas peculiaridades.
Caso estes profissionais não estejam disponíveis, já que são raros os profissionais com experiência em automutilação, seria indicado profissional com experiência em transtornos do impulso.
Em São Paulo, o Ambulatório Integrado de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas (IPq- HCFMUSP), oferece tratamento gratuito e especializado para este e outros transtornos do impulso.
Você poderá entrar em contato pelos fones: : 11 3069-7805, e para maiores informações, poderá acessar o site: www.amiti.com.br


SUGESTÃO DE LEITURA:


To Write Love On Her Arms (Para Escrever Amor Nos Braços Dela) : http://www.twloha.com/vision
O TWLOHA é um movimento sem fins lucrativos dedicado a apresentar esperança e fornecer ajuda para pessoas que lutam contra depressão, vícios, auto-mutilação e suicídio. Tudo começou com a tentativa de suicídio de uma menina que, após fazer cortes em seu pulso, escreveu "fuck up" (foda-se) nos braços com seu próprio sangue. Cinco dias após esse incidente, houve a decisão de reverter esse quadro e nasceu a campanha To Write Love On Her Arms, que é uma campanha a favor do amor e da vida, apoiada por várias pessoas, incluindo muitos famosos.  
Infelizmente o site é todo em inglês, mas você podera usar a função "traduzir página" do Google ou utilizar algum tradutor on line, caso não tenha fluência no idioma.


THE BUTTERFLY PROJECT SELF-HARM:

O projeto Borboleta para auto-mutiladores foi criado por praticantes de cutting que sentiam necessidade em parar, e consideravam-se prontos para enfrentar o desafio.
A idéia é relativamente simples, e pode ser mais um aliado na luta contra a prática de auto-mutilação, já que a idéia é fazer com que a pessoa treine / desenvolva seu auto-controle.

As regras são:

1) Quando você sente que quer cortar ou se ferir, com uma caneta ou marcador, desenhe uma borboleta em seu braço ou mão (ou em qualquer outra parte do corpo onde você quer infligir dor / auto ferir);

2) Nomeie a borboleta com o nome de um ente querido ou alguém que realmente quer que você obtenha melhora;

3) Você deve deixar a borboleta desaparecer naturalmente. Não esfregue a parte desenhada, ou aplique produtos que possam remover o desenho;

4) Se você cortar a parte do corpo onde há a borboleta, medite que você a matou.
Se você não cortar, ela continua viva e livre! (lembre-se que esta borboleta representa alguém importante para você);

5) Se você tiver mais de uma borboleta, e se cortar (ou machucar de alguma forma) você matou a todas elas;

6) Outra pessoa pode desenhá-las em você. Estas borboletas são "extra especiais"
Cuide bem delas!

7) Se em algum momento você perder o controle, e se cortar, não desista. Recomece todo o programa.

8) Mesmo se você não se corte, sinta-se livre para desenhar uma borboleta para mostrar seu apoio a uma pessoa que pratica o cutting. Se você fizer isso, e nomeá-la, estará ajudando-a(o) a treinar o auto-controle.



FONTES:
Giusti, J.S. Cinco coisas que você deve saber sobre Automutilação. Internet. In O que eu tenho? Disponivel em: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2009/09/04/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-automutilacao . Acesso em abril de 2011.
Self-harm. Internet. In BBC Online . BBC News, 2004. Disponivel em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/medical_notes/4067129.stm Acesso em abril de 2011.
Automutilação. Internet. In Wikipédia, 2011. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Automutila%C3%A7%C3%A3o Acesso em abril de 2011.

segunda-feira, 28 de março de 2011

VIDEOS - DEPRESSÃO: A DOR INVISIVEL


Bem, sou obrigada a concordar que textos sobre psiquiatria com todas as informações básicas necessárias definitivamente não combinam com textos curtos; eles não se misturam, assim como àgua e óleo.
Para facilitar a compreensão sobre o tema DEPRESSÃO, postarei aqui alguns videos que abordam o tema, assim como já foi feito no post sobre bipolaridade.
Trata-se de uma série exibida por um jornal EPTV da emissora EPTV de Ribeirão Preto no qual  foi abordado o tema depressão.

Vamos a eles:

 


A depressão é considerada o mal do século. Uma doença que não se vê. Especialistas defendem que este é um dos principais motivos para tanto preconceito e desconhecimento em relação à depressão, que atinge um em cada oito brasileiros. Uma doença incapacitante em muitos casos, em outros está associada a diversos transtornos graves.
Série de reportagens exibida pelo Jornal EPTV de Ribeirão Preto
O objetivo da série é ajudar quem tem depressão, e também quem convive com essas pessoas.
Na série de reportagens são contadas histórias de pessoas depressivas, suas limitações e seus medos.
Também foram ouvidos médicos psiquiatras, psicólogos e cardiologistas.



 


A depressão não está restrita apenas a uma faixa etária. Mas quando se trata de crianças e adolescentes, a família e a escola precisa perceber os sinais de pedido de socorro.
Isso porque, no caso das crianças, elas não pedem ajuda ou nem sabem o que está acontecento e o que estão sentindo.
A segunda reportagem da série Depressão, a dor invisível, exibida pelo Jornal da EPTV, aborda a doença entre os mais jovens e como detectar o problema.


 


A depressão é uma doença repleta de preconceito e desconhecimento.
Por isso, é preciso muita coragem para assumir publicamente ser depressivo ou que alguém da família tem a doença. São exemplos de pessoas com essa coragem que a série especial de reportagens "Depressão" mostrada pelo Jornal da EPTV de Ribeirão Preto.
A reportagem mostra que a depressão pode estar acompanhada de outras doenças, entre elas o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que veio à tona depois que o cantor Roberto Carlos assumiu que sofre com este problema.
Além deste transtorno, as síndromes de ansiedade e muitas outras doenças podem estar associadas à depressão.  




 


Muitas pessoas, por resistência ou ignorância, não acreditam que a depressão é um doença que pode até levar à morte.
Os conselhos e posturas equivocadas podem fazer muito mal a quem está deprimido, levando até mesmo ao suicídio.
O assunto ainda é um tabu, mas os especialistas alertam que muitas vezes quem tem depressão grave, não diagnosticada e não tratada, pode querer tirar a própria vida.
Foi o que pensou em fazer uma dona de casa e um ídolo da Jovem Guarda. Essas são histórias que são contadas na quarta reportagem da série especial de reportagens "Depressão" .





 
A última reportagem da série especial "Depressão" exibida no Jornal da EPTV fala sobre os tratamentos e remédios que aliviam e melhoram a vida de quem tem a doença.
Quem superou o problema sabe que é preciso ter muita persistência e acreditar que com acompanhamento médico, mas, aos poucos, é possível resgatar o prazer em viver.





Perguntas sobre Depressão enviadas por telespectadores do Jornal EPTV.






terça-feira, 22 de março de 2011

DEPRESSÃO, DISTIMIA E DEMAIS TIPOS DE DEPRESSÃO



“Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado.
Quem diz que me entende, nunca quis saber.
Aquele menino foi internado numa clínica.
Dizem que por falta de atenção dos amigos, 

das lembranças, 
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes...
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe,

não se move, não trabalha.”

(Clarisse - Legião Urbana)




 
A DEPRESSÃO:

Provavelmente, hoje em dia, a doença da mente sobre a qual mais ouvimos falar é a depressão. Não por simples modismo, mas porque é uma das mais freqüentes doenças mentais. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão já é hoje uma das maiores causas de adoecimento da população. Pior, segundo as projeções, por volta do ano 2020, estará no segundo lugar entre as doenças que causarão maior perda de qualidade de vida e risco de morte, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.
Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, no entanto, é bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento.
Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem.
A melhor forma de ajudar uma pessoa com depressão é procurar ouvir o desabafo de quem está deprimido, ou ainda, aconselhar a procurar um profissional, quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
É importante compreender que a pessoa deprimida tem dificuldade em enxergar a saída para seus problemas. O individuo fica tão perdido em meio à sua dor, que não consegue ver uma solução, uma luz no fim do túnel.
Os sintomas da depressão variam de acordo com a personalidade de cada um. Por isso as reações são diferentes em cada pessoa.
A gravidade e freqüência destes sintomas variam muito de um deprimido a outro, podendo ser intermitentes ou ainda ter a predominancia da lentidão física e mental, com inibição (decorrente da timidez, medo, ou falta de ânimo para realizar tarefas) e ansiedade. No caso da depressão psicótica, pode-se observar intensa agitação psicomotora ou estupor depressivo (estado caracterizado por falta de comunicação, ausência, diminuição profunda ou bloqueio dos movimentos voluntários e falta de resposta psicomotora), com alucinações, idéias deliróides e/ou obnubilação (isto é, obscurecimento) da consciência. (Mayer-Gross e cols, 1976; Goodwin e Jamison, 1990).
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. 
O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. 
O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. 
Nos climas tropical e polar ocorrerão dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. 
O clima é o estado de humor, e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. 
O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro.Os "dias frios e tormentas" de um depressivo são mais intensos e sofríveis, do que a da pessoa não depressiva, muito embora, ambas passem por tempos ruins.
Um dia "frio" para um, pode ser sentido como um dia "insuportavelmente frio" para o outro, e isso não tem relação com fraqueza; trata-se de uma caracteristica da patologia.
A grama do vizinho nem sempre é mais verde que a nossa...


O MECANISMO DE RECOMPENSA:

Antes de entendermos melhor o que é a depressão, precisamos compreender um mecanismo cerebral que está provavelmente envolvido nesta patologia.
A busca constante por estímulos prazerosos, como alimentos saborosos, uma cerveja geladinha e a relação sexual excitante, está associada a um "sistema cerebral de recompensa" ou somente, “mecanismo de recompensa”, assim denominado pelo neurobiólogo americano James Olds nos anos 60. Trata-se de uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos atividades que causam prazer. Este sistema nos fornece uma recompensa sempre que fazemos determinadas atividades, levando-nos, portanto, a repetir aqueles atos. Biologicamente, ele tem uma função específica e essencial: garantir a sobrevivência do indivíduo e da espécie, ao dar motivação para comportamentos como comer, beber e reproduzir-se.
Estes eventos ocorrem em “cascata” (ou seja, em seqüência). Usualmente, estando íntegras as estruturas do sistema "em cascata" e os neurotransmissores (como a dopamina e a serotonina) envolvidos funcionando normalmente, a "recompensa", expressa em sua forma mais significativa : sensação de bem-estar, é obtida se certas condições básicas são satisfeitas.
As falhas neste mesmo mecanismo estão envolvidas com o alcoolismo, uso de drogas, na compulsão pela comida e por sexo, e também na depressão.
Estima-se que em torno de 60 a 70% das pessoas que tem uma dependência química (seja àlcool ou demais drogas lícitas ou ilícitas), tem ao mesmo tempo algum outro tipo de transtorno ou sofrimento mental. Em especial, os transtornos ansiosos, os transtornos de humor e principalmente a depressão.
Esta é uma informação que muitas pessoas desconhecem
, e a dependência quimica  ainda  passa pelo crivo da ótica moral por parte  da sociedade; muitos acreditam que o dependente não deixa de usar estas substâncias por uma falta de caráter, por falta de força de vontade, etc.
O que nem todos sabem é que muitos destes casos podem ter um quadro depressivo, ou ainda outra patologia psiquiátrica concomitante.
Este importante tema será abordado em postagem futura. 


O QUE CAUSA A DEPRESSÃO?

Não se sabe ao certo o que causa a depressão. A causa mais provável é a de que ela seja resultante de um desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. 
Na pessoa com depressão, provavelmente ocorre uma falha no mecanismo de recompensa, o que faz com que ela tenha com menor freqüência sensações de prazer e bem-estar.
Esta hipótese baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. 
O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. O uso continuado da palavra (uma conversa, um desabafo, o diálogo com o terapeuta durante a consulta), pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi.
Inúmeros estudos tentam encontrar a relação entre a depressão e certos eventos desencadeantes (situações que dão inicio ao episódio depressivo). No entanto, um evento estressante pode ser responsabilizado pelo aparecimento da depressão, mas não de sua manutenção, ou seja, a morte de um ente querido ou a perda do emprego pode desencadear a depressão, mas não mantê-la.
Na prática, a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão a todas as pessoas, todos nós nos tornariamos pessoas deprimidas, e não é isto o que se observa. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, isto é, vulneráveis.
São exemplos de eventos estressantes: perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave. Pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão.
O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor mais as pessoas. O fator genético é fundamental , uma vez que os gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos.


O QUE É DEPRESSÃO?

A depressão e a bipolaridade são também conhecidas como doenças do humor, ou seja, são enfermidades nas quais ocorrem alterações do humor, no ânimo da pessoa, caracterizando-se por períodos de um quadro depressivo, e que no caso da bipolaridade, se alternam com períodos de quadros opostos, em que a pessoa se sente eufórica (mania).
Tem como uma das principais características, o sentimento de tristeza, falta de prazer e ânimo, desesperança, sendo que a pessoa pode ainda apresentar sintomas físicos, como enjôos e dores, entre outros.

SINTOMAIS MAIS COMUNS: 

Os sintomas mais comumente relatados são:
Sentir-se triste, durante a maior parte do dia, quase todos os dias;
• Perder o prazer ou interesse em atividades rotineiras (anedonia);

•Irritabilidade (pode substituir o humor deprimido em crianças e adolescentes);
•Desesperança;
•Queda da libido;
•Perder peso ou ganhar peso (não estando em dieta);
•Dormir demais ou de menos, ou acordar muito cedo;
• Sentir-se cansado e fraco o tempo todo, sem energia;
• Sentir-se inútil, culpado, um peso para os outros;
• Sentir-se ansioso;
• Sentir dificuldade em concentrar-se, tomar decisões e dificuldade de memória;
• Ter pensamentos freqüentes de morte e suicídio.

ALGUMAS DICAS PARA IDENTIFICAR UMA POSSIVEL DEPRESSÃO:


Pergunte...


• Sobre coisas do dia-a-dia que o indivíduo gostava de fazer, como, por exemplo ver uma novela, brincar com o cachorro, ler o jornal, escutar música... A seguir, pergunte se ele continua fazendo e tendo prazer ao fazer tais atividades.
• Se ele se anima com coisas positivas que estão para acontecer, se tem esperança.
• Se a tristeza que ele está sentindo é diferente da tristeza que ele já sentiu quando viveu outras situações difíceis.
• Sobre desejo de estar morto, ou de se matar.
• Quando, além de depressão, a pessoa mostra-se desesperada, o risco de suicídio é maior.

A depressão pode ser classificada de acordo com a causa, com a presença ou não de um componente genético (história familiar), com os sintomas e com a gravidade do quadro.


CLASSIFICANDO A DEPRESSÃO:

A depressão pode ser classificada como: 
 
1) Primária (quando não tem uma causa detectável) ou secundária (atribuível a doenças físicas ou a medicamentos).

2) Genética, de acordo com o padrão de aparecimento em membros de uma mesma família (esporádica, espectral ou familiar).

3) Unipolar (quando não há ocorrência de episódios de mania) ou bipolar (quando ocorrerem sintomas intercalados ou concomitantes de mania).

4) Leve ou grave, de acordo com a gravidade dos sintomas e o grau de comprometimento funcional.


TIPOS DE DEPRESSÃO:

  • DEPRESSÃO REATIVA OU SECUNDÁRIA (CID  F32 e F33):

Surge em resposta a um estresse identificável como perdas (reações de luto), doença física importante (tumores cerebrais, AVC, hipo ou hipertireoidismo, doença de Cushing, etc.), ou uso de drogas (reserpina, clonidina, metildopa, propranolol, promazina, clorpormazina, acetazolamida, atropina, hioscina, haloperidol, corticosteróides, benzodiazepínicos, barbitúricos, anticoncepcionais, hormônios tireoidianos, etc). Corresponde a mais de 60% de todas as depressões.




  • TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR (TDM) OU DEPRESSÃO UNIPOLAR (CID F32 e F33):

Atualmente o transtorno depressivo maior é reconhecido como um problema de saúde pública, pois tem grande prevalência na população, e devido ao impacto que causa no cotidiano do portador e de seus familiares. Estudos em vários países confirmam a grande quantidade de casos, sobretudo na população ocidental, e inclusive no Brasil.
É uma desordem depressiva endógena (ou seja, causada internamente), e que não tem relação causal com situações estressantes, patologias orgânicas ou psiquiátricas, caracterizando-se por episódios puramente depressivos em períodos variáveis da vida. A maioria destes episódios não tratados duram de 6 a 13 meses. Tratados, a maioria dos episódios dura cerca de 3 meses.
Ela é provavelmente resultante de uma pré-disposição do individuo, determinada por fatores hereditários e bioquímicos que produziriam uma diminuição na neurotransmissão central (isto é, uma ação deficiente dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e/ou serotonina) e/ou a diminuição na utilização destes neurotransmissores pelo cérebro. 
Durante o episódio, os sintomas depressivos são severos e intensos, impedindo o indivíduo de agir normalmente, havendo alto risco de suicídio se não tratado. Corresponde a cerca de 25% de todas as depressões.
O grande problema na detecção da depressão, é que ela está geralmente associada a outras doenças. Por exemplo, uma pessoa pode queixar-se de dores de estômago e procurar um  gastroenterologista. Este especialista pode identificar que a pessoa possui úlcera ou gastrite, mas não poderá identificar que o paciente também passa por um episódio depressivo. Estudos mostram que  50% a 60% dos casos de depressão não são detectados.
A depressão tem um impacto considerável na vida da pessoa, que não se restringe somente aos sintomas da doença (que por si só já são devastadores). O portador pode ter dificuldades em trabalhar, sair de casa, relacionar-se com outras pessoas, em estudar, etc.
Portadores de depressão utilizam mais os serviços médicos, têm diminuição da produtividade no trabalho e prejuízo da qualidade de vida, se comparados a portadores de outras doenças crônicas (como diabetes e hipertensão, por exemplo).
O TDM é a patologia psiquiátrica que mais freqüentemente aparece associada à distimia.
O TDM pode começar em qualquer idade (em média em torno dos 25 anos), mas existem dados que comprovam que a idade de inicio tem baixado cada dia mais.
Algumas pessoas podem ter episódios isolados de depressão maior e ter outra crise após vários anos, outras podem ter agrupamentos de episódios por um certo espaço de tempo, e ainda, algumas pessoas podem ter episódios recorrentes conforme envelhecem.
Cerca de 5 a 10% dos indivíduos que apresentaram um único episódio de TDM desenvolvem Transtorno Bipolar I.
Os episódios depressivos maiores podem terminar completamente (em cerca de dois terços dos casos), apenas parcialmente ou não terminar em absoluto (cerca de um terço dos casos).
Estudos comprovam que 1 ano após o diagnóstico do TDM, 40% das pessoas ainda apresentam graves sintomas, 20% continuam com alguns sintomas e 40% não apresentam mais os sintomas.
Aparentemente, quanto mais graves forem os sintomas, maiores são as chances de persistência destes sintomas.
Muito embora um fator externo não possa ocasionar o TDM, episódios de depressão maior podem ocorrer devido a um estressor grave (como a morte de um ente querido ou divórcio), sendo que estes fatores podem exercer papel mais significativo no primeiro e no segundo episódio depressivo, mas ter um papel menor no início de episódios subseqüentes.
Algumas doenças e dependência de substâncias como álcool e cocaína podem contribuir para o inicio ou aumento do TDM.
O risco de apresentar esta patologia é de 1,5 a 3 vezes maior, quando existe um parente de primeiro grau com este transtorno.

  • TRANSTORNO DEPRESSIVO MENOR OU DISTIMIA (CID F34.1):

A distimia é uma forma crônica (seus sintomas estão presentes por pelo menos dois anos em adultos) e incapacitante de depressão, onde a pessoa consegue relacionar-se socialmente, mas sem experimentar prazer. Seus sintomas são menos severos que o da depressão maior, contudo, manifestam-se por mais tempo.
Apesar dos sintomas mais brandos, o fato de serem sintomas constantes (crônicos) e a ausência do reconhecimento da doença fazem com que o prejuízo à qualidade de vida dos pacientes seja considerado maior do que nos demais tipos de depressão.
Os principais sintomas da distimia são: humor deprimido, sensação de desamparo, tristeza, angustia, dificuldade de concentração e para tomada de decisões, baixa auto-estima, baixo nível de energia, fadiga, problemas de sono, alterações do apetite, etc.
Os pacientes com transtorno distímico freqüentemente são sarcásticos, tem dificuldade em enxergar o sentidos das coisas e de suas vidas, são rabugentos, mal humorados, exigentes e queixosos. Eles podem ser tensos, rígidos e resistentes às intervenções terapêuticas. 

Apesar de o transtorno cursar com um funcionamento social relativamente estável, essa estabilidade é relativa, visto que muitas destas pessoas investem a energia que têm no trabalho, nada sobrando para o prazer e para as atividades familiares e sociais, o que acarreta atrito conjugal / familiar característico. Isso ocorre pois muitas vezes a pessoa precisa realizar um esforço além da média para manter as relações inter-pessoais.  Em alguns casos, a pessoa tenta vestir uma "máscara" de que está bem, e de que não está com problemas. Esta "máscara" é utilizada nas atividades diárias, e isso lhes causa um grande desgaste.
Ainda existe a questão da fadiga, que é outro sintoma de grande impacto na vida do distímico. Muitos relatam chegar em suas casas após as atividades diárias, totalmente exaustos, o que, associado aos demais sintomas da distimia, pode gerar os tão comuns problemas familiares.
Muitos podem supor sofrer de outra patologia, a bipolaridade, devido à diferença entre o humor dentro de casa e fora dela.
A distimia ocorre em uma parcela substancial da população (3 a 6%) e aumentando os riscos de transtorno depressivo maior.
É uma doença tratável, e que precisa receber maior atenção em virtude de sua elevada morbidade (ou seja, devido à sua alta incidência na população) e às consideráveis incapacitações que causa, e devido à elevada comorbidade (ou seja, ela pode estar associada a outras doenças)
Seus sintomas são menos intensos do que as chamadas depressões maiores, que aparecem padrão básico desses pacientes é um baixo grau de sintomas, os quais aparecem de forma traiçoeira e cruel, na maioria dos casos antes dos 25 anos, podendo surgir após esta idade também. Apesar dos sintomas mais brandos, os sintomas estão presentes por um longo período de tempo (mais de dois anos), e a ausência do reconhecimento da doença faz com que a pessoa sofra prejuízos na sua qualidade de vida (considerado maior do que nos demais tipos de depressão).
A distimia está associada a um aumento da utilização dos serviços de saúde e também ao aumento do consumo de drogas psicotrópicas. A diminuição da produtividade no trabalho e um aumento do risco de hospitalização e de doenças físicas (como aumento do risco de doenças cardiovasculares e respiratórias) também incrementam o custo econômico e social dessa patologia, tornando-a um problema de saúde pública que precisa ser identificado de forma mais eficiente. Cerca de 77% dos distímicos terão outras patologias psiquiátricas juntamente com a distimia.
Ela pode ser subdividida em dois tipo:

1) O primeiro tipo, a chamada "distimia ansiosa", é caracterizada por baixa auto-estima e insegurança. Ela é relacionada à deficiência de serotonina, e está relacionada a um estresse percebido (perda ou trauma passado, sensibilizador para um estresse futuro). Esses indivíduos são mais impulsivos e cometem mais freqüentemente tentativas de suicídio (mas com menor letalidade), tendendo a buscar ajuda. Este tipo é mais comum em mulheres, que tendem a automedicar-se com drogas ansiolíticas, como benzodiazepínicos, maconha, álcool e, mais comumente, abuso de comida (comportamento bulímico e/ou ganho de peso). Alguns desses pacientes exibem transformação para transtorno bipolar do tipo II.*

2) O segundo tipo de distimia proposto é a "distimia anérgica", caracterizada por baixa energia, baixa reatividade (a pessoa não reage a estímulos diversos; não se “anima”) e anedonia (perda da capacidade de sentir prazer, satisfação). Essa inércia psicomotora está relacionada com baixos níveis de dopamina. Esses pacientes são mais freqüentemente do sexo masculino, têm menor interesse sexual, são menos impulsivos, apresentam hipersônia (sentem muito sono) e tendem a não buscar ajuda. Uma parcela desses pacientes tende à automedicação com drogas estimulantes de abuso, como metanfetamina, cocaína, nicotina e cafeína. Alguns pacientes exibem transformação para transtorno bipolar do tipo I.*
A maioria dos pacientes distímicos irá desenvolver, em algum ponto da vida, episódios de TDM, sendo que alguns autores afirmam que TODOS os distímicos terão espisódios de TDM no decorrer da vida. A concomitância de distimia com TDM recebe o nome de DEPRESSÃO DUPLA (DD)
Episódios estressantes de vida são importantes desencadeadores de DD em portadores de distimia.

* (Ver post sobre transtorno afetivo bipolar)


  • DEPRESSÃO  BIPOLAR OU PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA (CID F 31):

É também uma desordem primária, endógena e que se caracteriza por episódios depressivos alternados com fases de mania ou de humor normal, com estados de significativa mudança de humor do paciente (oscilações cíclicas do humor entre "altos" (mania) e "baixos" (depressão). 
(Ver post Transtorno Afetivo Bipolar). 

  • TRANSTORNO DEPRESSIVO SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO: 

A categoria "Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação", inclui transtornos com características depressivas que não satisfazem os critérios para Transtorno Depressivo Maior, Transtorno Distímico, Transtorno da Adaptação Com Humor Depressivo ou Transtorno da Adaptação Misto de Ansiedade e Depressão. Às vezes, os sintomas depressivos podem apresentar-se como parte de um Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação. Exemplos:

1.) Transtornos disfórico pré-menstrual: na maioria dos ciclos menstruais durante o ano anterior, sintomas (p. ex., humor acentuadamente deprimido, ansiedade acentuada, acentuada instabilidade afetiva, interesse diminuído por atividades) ocorreram regularmente durante a última semana da fase lútea (e apresentaram remissão alguns dias após o início da menstruação). Estes sintomas devem ser suficientemente graves a ponto de interferir acentuadamente no trabalho, na escola ou em atividades habituais e devem estar inteiramente ausentes por pelo menos 
1 semana após a menstruação.

2.) Transtorno depressivo menor: episódios com pelo menos 2 semanas de sintomas depressivos porém com menos do que os cinco itens exigidos para Transtorno Depressivo Maior.

3.) Transtorno depressivo breve recorrente: episódios depressivos com duração de 2 dias a 2 semanas, ocorrendo pelo menos uma vez por mês, durante 12 meses (não associados com ciclo menstrual).

4.) Transtorno depressivo pós-psicótico da Esquizofrenia: um Episódio Depressivo Maior que ocorre durante a fase residual da Esquizofrenia.
5.) Um Episódio Depressivo Maior sobreposto a Transtorno Delirante, Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação ou fase ativa da Esquizofrenia.

6.) Situações nas quais se conclui que um transtorno depressivo está presente, mas é impossível determinar se ele é primário, devido a uma condição médica geral ou induzido por uma substância.


  • TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO COM HUMOR DEPRESSIVO:

O transtorno de adaptação (ou ajustamento) com o humor depressivo é uma forma leve de depressão reativa, que dura apenas alguns meses. A prevalência é semelhante entre homens e mulheres.
Os sintomas do transtorno de ajustamento com humor depressivo são os mesmos observados em outras depressões clínicas, porém, geralmente os sintomas são mais brandos.
A diferença entre o transtorno de ajustamento com humor depressivo e demais transtornos depressivos, é que os sintomas de transtorno de ajustamento começa a seguir após um estressor específico.
O distúrbio ocorre em resposta a alguma situação estressante ou circunstância específica.
Os fatores são variados, podendo ser um conflito conjugal, divórcio, problemas financeiros, perda de um emprego, conflitos comuns de uma amizade mais próxima, ter que se deslocar de bairro / cidade / pais, ter um amigo ou membro da família diagnosticado com uma doença grave, ser vítima de um crime, vivenciar uma catástrofe natural, etc.
Embora quase ninguém seria "estressado" por eventos como esses, a pessoa que experimenta um transtorno de ajustamento com humor deprimido tem mais sintomas de depressão do que outros que já experimentaram o mesmo estressor. Eles reagem de forma exagerada.
Uma segunda diferença entre o transtorno de ajustamento com humor depressivo e outras depressões é que os sintomas estão presentes por apenas um tempo após o término da situação estressante.
Normalmente, os sintomas diminuem e desaparecem dentro de poucos meses. Se os sintomas persistirem por mais de seis meses, há um outro problema que transtorno de adaptação.
A psicoterapia é útil no tratamento de um distúrbio de adaptação com humor depressivo, sendo que a terapia cognitiva é mais eficaz.
Embora a medicação possa ser usada, não é considerado o principal tratamento.
Durante a psicoterapia, o apoio emocional é oferecido. As estratégias de enfrentamento são ensinados e reforçados.
 


Subtipos de Depressão :



A depressão pode variar muito em relação a sintomas, história familiar, resposta ao tratamento e evolução. Alguns subtipos de depressão são claramente distintos, com implicações na escolha do tratamento e no prognóstico:





Depressão melancólica ou endógena:
Forma grave, com acentuado retardo ou agitação psicomotora, anedonia, humor não reativo a estímulos agradáveis, despertar matinal precoce, sintomas piores de manhã.

Depressão atípica:
Humor reativo a estímulos (a pessoa consegue se alegrar com estímulos agradáveis), inversão dos sintomas vegetativos (ao invés de insônia e falta de apetite, a pessoa tem hipersonia e aumento de apetite), ansiedade acentuada, queixas fóbicas.

Depressão sazonal:
Relacionada à luminosidade diurna, com episódios que se repetem no outono/inverno e sintomas atípicos. Mais freqüente em países com inverno rigoroso, melhora com fototerapia (exposição diária prolongada a luz forte).

Depressão com sintomas psicóticos:
Forma rara, porém grave, com delírios e alucinações.

Depressão pós-parto:
Ocorre entre 2 semanas a 12 meses após o parto, com risco maior em mulheres com antecedentes de depressão. Considera-se que o parto (e as mudanças que ele traz, hormonais e de vida) seja um potente estressor, desencadeando depressão em mulheres com tendência à mesma.


SUICÍDIO:


É extremamente importante salientar que existe alto risco de suicídio entre os depressivos.
Os transtornos mentais estão ligados a certa de 90% dos casos de suicídio, sendo a maior incidência, causada por transtornos de humor (bipolaridade, TDM, distimia, DD, etc)
Os transtornos do humor representaram 30,2% dos casos, seguidos pelos transtornos relacionados a substâncias (17,6%), pela esquizofrenia (14,1%) e pelos transtornos da personalidade (13%).
A taxa de suicídio entre depressivos é maior, se comparado a outros grupos de diagnósticos psiquiátricos (3,5 a 4,5 vezes) e muito superiores à média geral da população (cerca de 22-36 vezes).
As características dos depressivos que mais comumente cometem suicídio são: intensos sentimentos de desesperança, perda da reatividade do humor e história de poucas amizades na adolescência. Outra importante evidência é a de que a população de pacientes deprimidos que tenta suicídio tiveram poucos episódios anteriores de depressão maior (menos de três episódios), ou seja, quanto mais episódios depressivos, menores as chances de tentativas de suicídio. Este fato pode ser entendido como decorrente de um processo de acomodação do paciente a este estado.
Estudos apontam que 15% dos pacientes com depressões graves cometem suicídio, existindo, no entanto, estudos que apontam que estes índices podem ser cinco vezes maiores.
O suicídio é mais freqüente em meados da terceira década de vida.



TRATAMENTO:

 A depressão é uma patologia tratável, e seus efeitos, reversíveis, desde que tratada adequadamente.
É necessário o acompanhamento médico, onde serão utilizados antidepressivos. A psicoterapia em diferentes formatos (como psicoterapia de apoio, psicodinâmica breve, terapia interpessoal, comportamental, cognitiva comportamental, de grupo, de casais e de família) são importantes na busca pela melhora dos sintomas.
Mudanças no estilo de vida deverão ser efetuadas, objetivando uma melhor qualidade de vida.
Vale lembrar que existem diferentes tipos de depressão, sendo algumas mais graves que as outras. O tratamento que é útil para uma pessoa, pode não ter grandes efeitos sobre a outra. Portanto, cabe ao especialista avaliar qual o melhor tratamento a ser efetuado em cada caso.
Algumas medidas não farmacológicas também são muito importantes na luta contra a depressão. São elas:
 
1) Mantenha uma qualidade de vida saudável. Coma bem, faça exercícios diários e durma a quantidade certa de horas por dia (mínimo de 8 horas).
O ácido Ômega 3 é um remédio natural para depressão. Esta substância pode ser encontrada em diversos alimentos, principalmente em peixes e alguns tipos de óleo. Entretanto, os ácidos graxos Ômega 3 também estão presente em outros alimentos, como crustáceos, castanha da índia, nozes, rúcula, brócolis, amendoim, mamão, abóbora, sementes em geral, abacate, canola, soja e milho. 

2) Aprenda a conviver com os conflitos do dia-a-dia. Saiba gerenciar as crises que podem acontecer e não perca o equilíbrio.

3) Evite ficar sozinho. Saia com os amigos e divirta-se. Este é um modo de não se isolar do mundo. Viva a vida intensamente.

4) Procure ficar ao lado das pessoas que gostam de você. Compartilhe com elas seus sentimentos, desafios e expectativas. Ter uma parceria com cumplicidade é a melhor forma de ficar bem com o mundo. A participação da família é fundamental. Permita que os familiares se reunam com o psiquiatra / psicólogo. Os entes queridos são aliados na busca pela melhoria dos sintomas.

5) Se começar a sofrer de ataques de pânico, não hesite: procure ajuda médica especializada. Talvez este já seja um dos sintomas da depressão.

6) Invista em seus hobbies. Pintar, costurar, pescar, enfim, faça o que você gosta e relaxe.

7) Tente não fumar. A nicotina promove mudanças de humor. Isto pode gerar ansiedade e futuramente pode levar à depressão.

    * Importante:

- Coma bastante verdura, especialmente alface (o alimento é rico em Lactucina, substância que age como calmantes naturais no organismo)
-  Beba muita água. Alimentos saudáveis melhoram seu humor e evitam tais males como a depressão.
- Busque caminhar em ambientes abertos, pelo menos uma vez por semana.
- Ambientes fechados acabam gerando estresse. Portanto, saia e refresque a mente.


DEPRESSÃO E INTERNET:

Uma pesquisa australiana mostra que adolescentes que passam muito tempo conectados na internet, correm o risco de desenvolver depressão.
Segundo Lawrence T. Lam, pesquisador da School of Medicine, de Sidney, e da University of Notre Dame, com base nos resultados do estudo, mesmo jovens em bom estado de saúde mental podem sucumbir a uma depressão depois de um longo período de exposição ao uso problemático da internet. Para aqueles que já têm um histórico de problemas psicológicos ou psiquiátricos, as consequências mentais do uso problemático da internet podem ser ainda mais nocivas.
No estudo, os pesquisadores classificaram 6,2% dos adolescente com nível moderado de problema patológicos relacionados ao uso da internet e 0,2% com sérios riscos. Nove meses depois, os adolescentes foram reavaliados em relação à depressão e à ansiedade. Os pesquisadores constataram que 0,2% tinham sintomas de ansiedade e 8,4% desenvolveram depressão.


FONTES:


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